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Com 1,4 milhão de beneficiários, Ceará ainda tem mais famílias no Bolsa Família do que trabalhadores formais 343wi

Esse quadro coloca o Ceará entre os 12 estados brasileiros em que a quantidade de beneficiários do programa social federal supera a de empregos formais no setor privado 1e586a

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9 de junho de 2025
Portal GCMAIS

Mesmo com a geração de empregos em ritmo acelerado no Brasil, o Ceará ainda mantém um cenário em que o número de famílias beneficiárias do Bolsa Família supera o total de trabalhadores formais. De acordo com dados de agosto de 2024, o estado possui 1.460.164 beneficiários, enquanto o número de empregados com carteira assinada é de 1.397.513 — uma diferença de 62.651 famílias a mais recebendo o auxílio. Esse quadro coloca o Ceará entre os 12 estados brasileiros em que a quantidade de beneficiários do programa social federal supera a de empregos formais no setor privado.

Com 1,4 milhão de beneficiários, Ceará ainda tem mais famílias no Bolsa Família do que trabalhadores formais
Foto: Reprodução

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O Brasil vem ando por mudanças significativas desde o fim da pandemia de covid-19. Antes da crise sanitária, apenas oito estados tinham mais beneficiários do Bolsa Família do que trabalhadores formais. Em 2022, com a expansão emergencial dos programas sociais, esse número subiu para 13. Agora, caiu para 12, após melhora nos indicadores do Rio Grande do Norte — mas o Ceará segue entre os estados em situação de desequilíbrio.

A redução nacional no número de beneficiários e o aumento da formalização do trabalho foram determinantes para essa mudança. Desde janeiro de 2023, o país criou cerca de 4 milhões de vagas formais, ao mesmo tempo em que 1,1 milhão de cadastros do Bolsa Família foram cortados, especialmente entre famílias unipessoais com indícios de irregularidades.

Atualmente, são 21,76 milhões de famílias atendidas em todo o país, com R$ 14 bilhões reados mensalmente. Mesmo com os cortes recentes e a fiscalização mais rigorosa nos cadastros, o programa permanece essencial em grande parte do território nacional.

O Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) aponta que, ao longo de 2023, o país criou 1,48 milhão de novas vagas formais, o que vem ajudando a equilibrar a relação entre trabalho formal e dependência do programa social. Em janeiro de 2023, os beneficiários representavam 49,6% do total de trabalhadores com carteira assinada. Em agosto de 2024, esse percentual caiu para 42,6%.

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Outros estados do Norte e Nordeste ainda enfrentam um cenário semelhante. Além do Maranhão e do Ceará, fazem parte da lista: Pará, Bahia, Piauí, Paraíba, Amazonas, Alagoas, Pernambuco, Sergipe, Amapá e Acre.

Veja a comparação entre número de beneficiários e empregos formais nos estados do Nordeste:

EstadoBeneficiáriosEmpregos FormaisDiferença
Maranhão1.224.032659.163+564.869
Bahia2.456.5162.133.391+323.125
Piauí595.844363.889+231.955
Paraíba667.588507.458+160.130
Ceará1.460.1641.397.513+62.651
Alagoas533.819448.026+85.793
Pernambuco1.575.1881.500.459+74.729
Sergipe377.163336.199+40.964
Rio Grande do Norte500.089528.261-28.172 (saldo positivo após melhora recente)

Economistas e especialistas em políticas públicas destacam que o Bolsa Família cumpre um papel vital na redução da pobreza e na garantia de renda mínima, mas alertam para a necessidade de políticas complementares de geração de emprego e qualificação profissional — especialmente em estados como o Ceará.

O desafio, portanto, é transformar os avanços recentes do mercado de trabalho em inclusão real e duradoura para a população mais vulnerável.

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